Júlia Quintino: Dos lugares, tempos e lembranças

RESUMO DA NOTÍCIA

Densidade de manifestações reflete o tamanho de uma perda em Castanheira.
Quando as primeiras informações começaram a circular nas redes sociais, na tarde desta quarta-feira, 04, dando conta que a jovem Júlia Quintino, 21, tinha falecido, as reações eram de desalento, embora todos soubessem que o quadro clínico de sua saúde era definido, naquelas alturas, por uma expressão do campo religioso: só um milagre!
 
A jovem garota, lembrada em centenas de manifestações como meiga, carinhosa e divertida, por amigos e familiares desconsolados, não resistiu as sequelas deixadas por duas paradas cardiorrespiratórias, no último final de semana, vindo a óbito em Cuiabá, para onde fora transportada, em UTI aérea, do espaço de tratamento intensivo do Hospital São Lucas, de Juína.
 
No difícil tempo de uma espera, marcada pela expectativa de boas notícias, diversas mobilizações de fé, nas redes sociais e fora delas, dimensionaram o carinho de todos, o que chamou a atenção até fora dos limites de sua terra, com muitos buscando informações.
 
Uma vez definido o fatídico desfecho, o tom das manifestações começou a girar em torno de  temas como a dor por uma partida abrupta, sem que houvesse tempo para despedida ou das fartas recordações de uma vida intensa, o que fez alguém lembrar Brecht, o famoso poeta alemão, que alertou para que os viventes temessem menos a morte e mais a existência sem sentido. 
 
As últimas e as próximas horas em Castanheira refletem o silêncio doloroso dos que não imaginavam o sentimento de saudade rompendo a barreira da eternidade tão cedo na relação direta de Julia com os manos Renata e Júnior, os pais Márcia Quintino e Vagner Flávio da Silva, o Vaguinho, o namorado Heitor, familiares e centenas de amigos.
 
Lugares como a casa da cidade, na Av. 04 de Julho, o Sítio Goiás, na linha São Paulo, no 3º Assentamento, Vale do Seringal, o pátio da Escola Maria Quitéria, a Praça 04 de Julho, entre outros, lembrarão, doravante prosas, risos, canções,  alegrias e tristezas, de idas e vindas que construíram memórias de um tempo inesquecível.
 
Embora nada a não ser Deus console plenamente, mesmo que num cenário de indagações e lamentos, para os que sofrem dor intensa é oportuno lembrar Francisco Quevedo, que ao pensar no cenário dos adeuses, especialmente os inesperados, escreveu: “Feliz serás e sábio terás sido se a morte, quando vier, não te puder tirar se não a vida”.  Sim, porque Júlia evocará lembranças eternas.

Segundo informações atualizadas, seu corpo deve chegar a Castanheira na madrugada desta sexta-feira, 06, sendo velado na Casa da Saudade e sepultado no Cemitério Bom Jesus, em horário a ser definido.

Como toda comunidade, o Site Castanheira News solidariza-se com familiares e amigos, roga por Consolo e manifesta o desejo de que o tempo seja de reflexão, especialmente sobre a brevidade da vida e a necessidade de redefinirmos prioridades, colocando o ser em detrimento do ter como bem maior. Porque, como Júlia, todos nós vamos partir.